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Museus do Vaticano e Capela Sistina: Como Visitar

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juízo final capela sistina

O complexo dos Museus do Vaticano e Capela Sistina é, atualmente, um dos mais relevantes conjuntos culturais do mundo.

Nele, o visitante pode apreciar, por exemplo, obras da arte egípcia, etrusca, grega, barroca, renascentista e também da arte contemporânea. A Capela Sistina é o ponto máximo da visita, mas há muitos outros atrativos pelo caminho.

E por que o nome “museus” no plural? Porque, na prática, trata-se de diversas coleções reunidas, mas que não nasceram ao mesmo tempo. Ou seja, um grupo de edifícios distintos e interligados, formando o que conhecemos hoje como os Museus do Vaticano.

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Qual é a origem dos Museus do Vaticano?

A origem dos Museus do Vaticano remonta a 1503, quando o Papa Júlio II decidiu transferir para o Vaticano a estátua que hoje conhecemos como Apollo del Belvedere, anteriormente guardada em sua residência.

Logo depois, Júlio II adquiriu e levou outras peças de grande valor, como Laocoonte e seus filhos. Essas esculturas foram posicionadas no Pátio Octógono. Com o tempo, novas construções foram erguidas, interligando-se às que já existiam.

Outros papas, pertencentes às famílias nobres romanas, ou até mesmo mecenas, como os Papas Médicis (Leão X e Clemente VII) seguiram o exemplo, incorporando suas coleções particulares ao acervo.

Quantos e quais são as coleções dos Museus do Vaticano?

Segundo informações do site oficial, os Museus do Vaticano reúnem atualmente nove coleções principais.

Além desses, o complexo inclui também outras áreas e estruturas de relevância histórica e artística. Entre os destaques, estão a Capela Sistina, o Apartamento Bórgia e as Salas de Rafael.

A seguir, vamos elencar cada uma dessas coleções, assim como a Capela Sistina e a Pinacoteca, com mais detalhes!

Essa estrutura mostra como esses diversos espaços se conectam, formando o impressionante conjunto dos Museus do Vaticano.

Museu Pio-Clementino: Reúne um importante acervo de esculturas e mosaicos provenientes das culturas grega e romana.

Museu Chiaramonti: Esse museu destaca-se por sua vasta coleção de bustos e estátuas da Roma Antiga.

Museu Gregoriano Etrusco: Foi um dos pioneiros na preservação e exibição de peças etruscas.

Museu Gregoriano Egípcio: Conta com nove salas, onde se encontram artefatos do Egito sob domínio romano e da Roma influenciada pela cultura egípcia.

Pinacoteca Vaticana: Possui atualmente 460 pinturas organizadas cronologicamente em 18 salas, distribuídas por escolas artísticas.

Museu Missionário-Etnológico: Iniciativa do Papa Pio XI, que, após o sucesso de uma exposição em 1925, decidiu torná-la permanente, mostrando as tradições culturais de diferentes povos.

Museu Gregoriano Profano: Apresenta uma coleção composta por estátuas, baixos-relevos e mosaicos da era romana.

Museu Pio-Cristão: Fundado pelo Papa Pio IX, em 1854, inicialmente foi instalado no Palácio de Latrão. Em 1963, o Papa João XXIII determinou sua transferência para o Vaticano.

Museu Cristão: Expõe peças autênticas das Catacumbas de Roma, destacando o legado cultural e religioso dos primeiros cristãos.

Museu Profano: Instituído pelo Papa Clemente XIII, em 1761, foi a primeira coleção de antiguidades de caráter profano no Vaticano.

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Esfera com Esfera, Arnaldo Pommodoro

Agora, vamos explorar um pouco dessa fascinante história, além de oferecer dicas úteis sobre ingressos, horários, o trajeto dentro dos Museus do Vaticano, gratuidades e outras informações importantes para que sua visita seja inesquecível.

Capela Sistina: a grande estrela nos museus do Vaticano

A Capela Sistina é uma das mais célebres referências da arte e da cultura ocidental, localizada no coração do Vaticano.

Sua construção ocorreu no período do Papa Sisto IV, em 1477, e sua fama mundial deve-se, principalmente, às extraordinárias pinturas de Michelangelo, a partir de 1508.

O teto, que retrata a criação do mundo, e o afresco do Juízo Final estão entre as mais icônicas obras de arte, atraindo visitantes de todas as partes do planeta.

Antes de conhecer a Capela Sistina: uma viagem pela sua história

A trajetória da Capela Sistina tem início com o Papa Sisto IV. O propósito era transformá-la em um espaço para importantes celebrações religiosas, como, futuramente, o conclave para a eleição do Papa.

Como forma de homenageá-lo, a capela recebeu o nome Sistina. A primeira decoração foi feita com afrescos de artistas renomados do Renascimento, como Sandro Botticelli, Domenico Ghirlandaio, Luca Sigorelli, Cosimo Rosselli e Pietro Perugino.

Sua consagração ocorreu em 1483. Naquele período, foram criados os painéis laterais que retratam episódios da vida de Moisés (Antigo Testamento) e de Cristo (Novo Testamento).

Entre as janelas, 24 retratos de papas foram pintados. O artista Rafael Sanzio também participou desse processo, projetando tapeçarias que adornaram as partes inferiores das paredes. Os temas escolhidos foram passagens da vida de São Pedro e São Paulo, e algumas dessas tapeçarias ainda podem ser vistas na Pinacoteca dos Museus do Vaticano.

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O que observar na Capela Sistina: curiosidades imperdíveis

O teto e a parede com o afresco do Juízo Final são verdadeiras joias artísticas, repletas de detalhes fascinantes. Selecionamos cinco aspectos que merecem sua atenção durante a visita.

A criação de Adão, Michelangelo

1. Deus representado com corpo humano: A Criação de Adão

Antes de Michelangelo, artistas retratavam figuras bíblicas como Jesus, Maria, os apóstolos e profetas com formas humanas. No entanto, Deus nunca era mostrado por inteiro — sua presença era representada, geralmente, apenas por uma mão emergindo de uma nuvem.

Michelangelo rompeu essa tradição ao pintar o Criador com um corpo musculoso, inspirado nas esculturas gregas clássicas, e com feições semelhantes às de Zeus ou Júpiter. Esse detalhe no teto da capela é uma verdadeira inovação e continua despertando a curiosidade dos visitantes.

2. O Juízo Final: 391 figuras (originalmente nuas) sob a autoridade de Cristo

O Juízo Final, pintado por Michelangelo, reúne 391 personagens em uma cena de forte impacto, onde Cristo aparece como um juiz rígido no momento do fim dos tempos.

Um fato curioso: originalmente, todas as figuras estavam nuas. No entanto, em 1564, logo após o Concilio de Trento e no mesmo ano da morte do artista, foi decidido que os corpos seriam cobertos, já que a nudez foi considerada inadequada em um espaço sagrado.

O pintor Daniele da Volterra foi o responsável por essa censura, ganhando o apelido de “o calçador”, por vestir os personagens com panos estrategicamente posicionados.

Um caso peculiar envolve São Biagio e Santa Catarina: além de serem cobertos, o olhar do santo, que antes se direcionava ao corpo da santa, foi modificado para olhar para o céu.

3. A restauração: uma busca pela autenticidade perdida

Entre 1979 e 1994, a Capela Sistina passou por um extenso processo de restauração. Utilizando registros deixados por artistas contemporâneos de Michelangelo, como Marcello Venusti — que havia criado uma cópia fiel do Juízo Final para o Papa Paulo III —, os restauradores conseguiram recuperar parcialmente as características originais, devolvendo, sempre que possível, a nudez e os detalhes censurados ao afresco.

Essa intervenção revelou as cores vivas e os traços impressionantes do trabalho de Michelangelo, que ficaram escondidos por séculos sob camadas de fuligem e retoques posteriores.

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As tapeçarias de Rafael na Capela Sistina

Em 1514, após a conclusão da pintura do teto da Capela Sistina por Michelangelo, o Papa Leão X confiou a Rafael duas tarefas: supervisionar as obras da Basílica de São Pedro e projetar uma série de tapeçarias para a Capela Sistina.

Rafael criou dez desenhos preparatórios — conhecidos como cartoni — com episódios da vida de São Pedro e São Paulo, os santos padroeiros de Roma. As tapeçarias foram produzidas na Flandres, no ateliê de Pieter van Aelst, e concluídas entre 1517 e 1518.

Hoje, essas tapeçarias não ficam mais na Capela Sistina, mas em uma sala dedicada a Rafael, na Pinacoteca Vaticana, onde são exibidas alternadamente.

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A impressionante escada helicoidal de Giuseppe Momo

Entre os espaços mais fotografados dos Museus do Vaticano, destaca-se a icônica escada helicoidal de dupla hélice, projetada pelo engenheiro e arquiteto Giuseppe Momo (1875-1940). Sua estrutura é adornada com painéis de bronze esculpidos por Antonio Maraini, conferindo um charme único ao local.

Momo deixou sua marca em diversas cidades do norte da Itália, mas sua maior contribuição foi a transformação arquitetônica dos Museus Vaticanos. Entre 1929 e 1932, ele projetou a nova entrada, o teto envidraçado e a famosa escada em espiral.

Essa escada, inclusive, serviu de inspiração para o Museu Guggenheim de Nova York, com sua forma elegante e funcional, que facilita o fluxo contínuo de visitantes.

Além dessa obra-prima, Giuseppe Momo foi escolhido pelo Papa Pio XI para colaborar com a construção da estrutura da Cidade do Vaticano.

escada de giuseppe momo, museus do vaticano
A monumental escada projetada por Giuseppe Momo, atualmente a saída dos Museus do Vaticano

O arquiteto esquecido de grandes projetos

Apesar de sua relevância, o nome de Giuseppe Momo não é amplamente reconhecido. Isso se deve, em parte, ao fato de ter trabalhado majoritariamente em construções religiosas, além de atuar em um período marcado pelo domínio do racionalismo italiano, associado à arquitetura fascista durante o ventênio de Mussolini.

Nesse período, os holofotes se voltaram para nomes como Marcello Piacentini, que, além de obras na Itália, projetou o Edifício Matarazzo, conhecido também como Palácio do Anhangabaú, na cidade de São Paulo.

Assim, Momo permaneceu, de certa forma, à sombra desses grandes nomes da arquitetura oficial da época, mesmo tendo realizado projetos inovadores e funcionais.

A influência na criação do Museu Guggenheim em Nova York

A escada helicoidal projetada por Momo, com sua estrutura sinuosa e o jogo de luz proporcionado pela cúpula de vidro, inspirou profundamente o arquiteto Frank Lloyd Wright.

Wright, ao projetar o Museu Guggenheim de Nova York, adotou o conceito de rampa contínua e a sensação de movimento que caracteriza a escada dos Museus Vaticanos. Assim, uma obra concebida no Vaticano nas primeiras décadas do século XX atravessou o oceano e influenciou uma das instituições culturais mais icônicas dos Estados Unidos.

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A incrível Galeria dos Mapas

Galeria dos Mapas

Os Museus do Vaticano oferecem inúmeras atrações, com a maior parte de suas alas acessível ao público. No entanto, um dos trechos que mais desperta a curiosidade dos visitantes é o caminho que leva à Capela Sistina.

Para otimizar a circulação nesse trajeto, foi estabelecido um percurso obrigatório que conduz os visitantes por diferentes salas repletas de história e arte, até o aguardado destino final.

Uma dessas paradas é a deslumbrante Galeria dos Mapas, um verdadeiro espetáculo para quem aprecia geografia, arte e história.

Essa galeria, que se estende por um corredor de 120 metros, reúne 40 mapas que retratam as diversas regiões da Itália, todos pintados no século XVI.

As obras foram criadas pelo cartógrafo e matemático Ignazio Danti, que, com impressionante precisão, representou o conhecimento geográfico da época, revelando o talento científico e artístico do período renascentista.

Ao caminhar por esse corredor, o visitante embarca em uma autêntica viagem no tempo, explorando, através das pinturas, a rica herança cultural da Itália e a visão do mundo naquela época.

As Salas de Rafael: um mergulho na arte renascentista

A criação das Salas de Rafael teve início quando o Papa Júlio II decidiu não utilizar os aposentos que haviam sido do Papa Alexandre VI — conhecido secularmente como Rodrigo Borja —, pai de Lucrécia Borja. Os Borja tinham uma reputação controversa, sendo malvistos por grande parte da sociedade da época.

Antes da chegada de Rafael Sanzio e sua equipe, as paredes dessas salas já apresentavam afrescos elaborados por mestres renomados, como Piero della Francesca, Lorenzo Lotto e Pietro Perugino.

Ao perceber o talento de Rafael, o Papa Júlio II ordenou que todas as paredes anteriormente decoradas fossem cobertas com as criações do artista. O projeto levou 16 anos para ser concluído, mas nem o papa nem o pintor chegaram a ver o resultado final. Seus discípulos, seguindo fielmente os esboços deixados por Rafael, finalizaram a obra.

salas de rafael e escola de atenas
Ingresso dos Museus de Vaticano, que reproduz o afresco da Escola de Atenas

As quatro salas de Rafael: significados e temas

🖌️ Stanza della Segnatura

Essa sala recebeu o nome do tribunal presidido pelo papa, o Segnatura Gratiae et Iustitiae. Seus afrescos exaltam o conhecimento humano, abordando temas como teologia, filosofia, poesia e direito. Entre as obras mais conhecidas, destaca-se “A Escola de Atenas”, um tributo aos grandes pensadores da antiguidade.

🛡️ Stanza di Heliodoro

Projetada em 1511, enquanto a Stanza della Segnatura era finalizada, essa sala foi pintada em um momento em que o papa enfrentava a expulsão de Bolonha e outras ameaças militares. O tema central é a proteção divina à Igreja, representada em cenas milagrosas, como a expulsão de Heliodoro do templo, retirada do Livro dos Macabeus (3:21-28).

🔥 Stanza dell’Incendio di Borgo

Nesta sala, Rafael e sua equipe retrataram episódios ligados à figura do Papa Leão X e de seus antecessores homônimos, como Leão III e Leão IV. O afresco mais famoso ilustra o incêndio que ameaçou o bairro de Borgo, apagado, segundo a tradição, pela intervenção milagrosa de Leão IV.

🏛️ Stanza di Costantino

Essa sala celebra o imperador Constantino I, responsável por transformar o cristianismo na religião oficial de Roma. O conjunto de afrescos destaca a vitória simbólica da Igreja sobre o paganismo, com cenas como a batalha de Constantino contra Maxêncio e o milagre da cruz.

Informações e dicas úteis para visitar os Museus do Vaticano e a Capela Sistina

A seguir você encontrará informações importantes para conseguir organizar a sua visita a essa que é uma das maiores coleções de arte do mundo:

Onde ficam os Museus do Vaticano e a Capela Sistina?

Os Museus do Vaticano ficam próximos à Praça São Pedro e da Basílica de São Pedro.

Para chegar até lá, é só pegar a linha A do metrô e descer nas estações Ottaviano ou Cipro. São cerca de 5 minutos de caminhada do metrô até a porta dos Museus.

Endereço: Viale Vaticano S/N

Em que dias e horários os Museus do Vaticano e a Capela Sistina abrem ao público?

O Vaticano publica anualmente um calendário com os dias e horários de abertura. Para você ficar sempre por dentro, visite o site oficial do Vaticano e procure o calendário do ano vigente. Site: www.museivaticani.va

Em vias de regra os dias e horários são:

De segunda a quinta-feira, das 9 às 18h, sextas e sábados até 22h. Os Museus do Vaticano e a Capela Sistina fecham aos domingos, com exceção dos últimos domingos do mês, quando a entrada é grátis, mas funcionam das 9 às 14h, com último ingresso às 12h

Quando fecha? Nos feriados santos e algumas datas festivas como: Páscoa, Natal, Reveillon, Todos os Santos.

Quanto custa o ingresso para os Museus do Vaticano e Capela Sistina?

Crianças até 6 anos não pagam, menores de 7 a 17 anos pagam tem desconto de 50%, maiores de idade pagam 25 euros.

Onde comprar os ingressos com horário marcado e fura-filas?

O ingresso pode ser comprado no site oficial museivaticani.va ou no site de revendedores autorizados como a empresa Get Your Guide.

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